02 junho 2005

ABRINDO E FECHANDO PORTAS
Autora: Vera Moura

É preciso saber sempre quando se acaba uma etapa da vida. Se insistirmos em
permanecer nela depois do tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido
do resto. Fechando os círculos, fechando portas ou fechando capítulos, como
queira chamar, o importante é poder fechá-los, deixar ir momentos da vida
que vão nos enclausurando. Terminou o trabalho? Acabou a relação? Deve
viajar? A amizade acabou? Você pode passar muito tempo no presente dando
voltas ao passado tentando modificá-lo.... O desgaste será infinito porque
na vida, você, seus amigos, seus filhos, irmãos, todos estamos destinados a
fechar capítulos, virar a página, terminar etapas ou momentos da vida, e
seguir adiante. Não podemos estar no presente sentindo falta do passado. O
que aconteceu, aconteceu. Não podemos ser filhos eternamente, nem
adolescentes eternos, nem empregados de empresas inexistentes, nem ter
vínculos com quem não quer estar vinculado a nós. Os acontecimentos e as
pessoas passam por nossas vidas e temos de deixá-los ir ! Por isso, às vezes
é tão importante esquecer de lembrar, trocar de casa, rasgar papéis, jogar
fora presentes desbotados, dar ou vender livros. Na vida ninguém joga com
cartas marcadas e a gente tem que aprender a perder e a ganhar. O passado
passou. Não espere que o devolvam. Também não espere reconhecimento ou que
saibam quem você é. A vida segue para frente, nunca pra trás. Se você anda
pela vida deixando portas abertas nunca poderá desprender-se e viver o hoje
com satisfação. Casamentos, namoros ou amizades que não se fecham,
possibilidades de regresso (a quê?), necessidade de esclarecimentos,
palavras que não foram ditas, silêncios... Fazer a faxina emocional e
arrumar espaço nas gavetas do futuro para o novo. Não por orgulho ou soberba
mas porque você já não se encaixa ali, naquele lugar, naquele coração,
naquela casa, naquele escritório, naquele cargo. Você não é o mesmo que foi
há dois dias, há três meses, há um ano, portanto, nada tem que voltar. Feche
a porta, vire a página, feche o círculo. Você nunca será o mesmo e nem o
mundo à sua volta, porque a vida não é estática. Faz bem a saúde mental
cultivar o amor por você mesmo, despreendendo-se do que já não está em sua
vida. Lembre-se de que nada nem ninguém é indispensável. É um trabalho
pessoal aprender a viver com o que dói, deixar-se ir e aprender a
despreender-se. E isso ajuda definitivamente a seguir para frente com
tranquilidade. Essa é a vida que todos precisamos aprender a viver.

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